domingo, 6 de dezembro de 2009

EXPOENTES DO MUNDO CIENTÍFICO INTERNACIONAL FALAM SOBRE O XI CONGRESSO INTERNACIONAL DE ONTOPSICOLOGIA


“Quero iniciar exprimindo a minha adoração pela criatividade enunciada pelo Prof. Antonio Meneghetti, que vemos expressa em muitas formas. Vemos através dos quadros, dos móveis, dos vários designs e inclusive por ter conseguido reunir um número tão variado de cientistas de todas as partes do mundo. Concordo com a observação de que as principais forças que se encontram para além da criatividade artística são forças interiores, ou melhor, é a externalização e a tentativa de comandar forças interiores, geralmente forças inconscientes e em conflito.”
Prof. B. Panter (EUA)

“Há muitos anos pratico a psicoterapia. (...) Como todos os meus colegas estudiosos, confrontei-me com este paradoxo: o homem possui em si todos os meios necessários para resolver os seus problemas, mas, de fato, geralmente ele não é capaz de superá-los sem a ajuda de outro ser humano. Eis porque o congresso me interessou. Entre todas as idéias, fixei duas predominantes: 1) a idéia de um inconsciente emotivo que exige um clima de relações humanas para desenvolver-se e ser fonte de êxito permanente; 2) o abandono, a este ponto generalizado, dos esquemas de pensamentos tradicionais, consentido somente por uma mais ampla visão fenomenológica”.
Prof. Jean Godin (França)

“Da sua abordagem integral à arte, à criatividade, à sociologia, a Ontopsicologia refina o sentido do que é sadio e biológico e do que é doente. A Ontopsicologia nos permite ver a realidade oculta atrás do fascínio.”
Prof. K. Javorszky (Áustria)

“Ontem à noite, quando pela primeira vez o encontrei, pelo seu sorriso, pelos seus olhos, pelas suas mãos, compreendi que me encontrava diante de um homem verdadeiro (...) Tive a sensação de um novo lugar onde não somente se encontraram os diversos países, mas mentes, espíritos, disciplinas, interesses, prospectivas, canções, desenhos, histórias e vidas humanas. (...) Sobretudo, todos estavam maximamente interessados no fenômeno da criatividade. ”
Prof. Frank Barron (EUA)

“É a primeira vez que durante um congresso sinto a sensação de dever ser examinado como se fosse para uma tese de láurea.”
Prof. Muntañola Thornberg (Espanha)



Foto de uma das mesas redondas do XI Congresso Internacional de Ontopsicologia – Pedagogia e Política: a Criatividade, realizado de 23 a 27 de maio de 1986, em Roma. Da esquerda para a direita: S. L. Carder, A. I. de Vore, B. Panter, A. Meneghetti, B. Sholevar, J. Muntañola Thornberg, K. J. Zerbe.

Trechos extraídos do dossiê Antonio Meneghetti: uma viagem de sucesso, publicado na revista Nova Ontopsicologia. Recanto Maestro: Ontopsicologica Ed., n. 2, março 2008. pp.39-41.

SÍNTESE CIENTÍFICO-PROSPECTIVA DOS CAMPOS SEMÂNTICOS

O argumento dos campos semânticos, segundo a Ontopsicologia, é a exposição da comunicação-base que precedo não apenas o sentido lógico-dialético entre duas ou mais pessoas, mas também a capacidade de verbalização ou conscientização no âmbito do Eu do sujeito humano.

A visão psicanalítica e filosófica, de um lado, e a física teórica (Einstein – espaço único), de outro, pressupuseram a existência de uma dimensão única universal para todas as relações ou relacionamentos.

Levi-Strauss, reinterpretando Freud, afirmou: “É necessário alcançar a estrutura inconsciente que está na base de toda instituição e de toda usança (as diversas línguas ou sociedades são sistemas de conduta, cada um dos quais é uma projeção das leis universais que regulam a atividade inconsciente do espírito, no plano do pensamento consciente e socializado) para obter um princípio de interpretação válido para outras instituições” 1.

A Escola de Frankfurt, com Gadamer, teorizou que Eu e mundo se aproximam, ou melhor, se apresentam na sua originária congeneridade. “Toda palavra prorrompe como do centro de uma totalidade em virtude da qual somente essa é palavra. Toda palavra faz ressoar a totalidade da língua a quem pertence, e faz aparecer a totalidade da visão do mundo que de tal língua é base.”2

É supérfluo reportar as temáticas de Kant a Husserl; em particular estruturas e processo, formas e vida, ciência e história, teoria e práxis, conhecer o mundo e mudá-lo, são os temas de todas as antinomias de uma tensão que não os exclui se não na medida em que os conecta.

O emergir de toda nova ciência se coloca como uma questão de palavras. As recentes pesquisas aprofundadas em mérito à psicoenergia (psicotrônica, radiônica, campo semântico), conduzidas por eminentes físicos, como o efeito Lamb ou energia livre ao ponto zero, o experimento Kervran, o efeito Kindling de Bearden, as revelações fotográficas de Kirlian etc., demonstram a correlação entre espírito e matéria e as recíprocas influências de caráter físico que delas derivam; o mesmo ocorre para o que diz respeito à alteração eletromagnética de quantum ondulares em referência a pontos específicos do corpo (os mesmos da acupuntura chinesa), através dos quais se verifica a interferência no organismo vivo em sentido psicobiológico3.

Estas aquisições exigem uma revisão progressiva das concepções clássicas, sobretudo sob o estímulo da relatividade universal confirmada em matemática pura por Gödel, em astrofísica por Einstein, em física nuclear por Schrödinger. Chega-se inevitavelmente à concepção de um “hiperespaço” (há tempo familiar nas pesquisas últimas dos mais prestigiados laboratórios científicos), através do qual se pode constatar que cada materialização é identidade sincrônica do psíquico, por isso o físico e o psíquico não são mais do que recíprocos momentos virtuais de uma energia agente universal.

Objeto geral de uma pesquisa psicoterápica é o homem na sua especificidade de atividade psíquica, da qual Freud permanece historicamente o mais válido cientista. Sem entrar no mérito filosófico à metapsicologia freudiana, estou de acordo em repetir: “Daquilo que chamamos psiquismo (ou vida psíquica) duas coisas são conhecidas: antes de tudo o seu órgão somático, o lugar da sua ação, o cérebro (ou sistema nervoso), e secundariamente os nossos atos conscientes dos quais temos direto conhecimento” 4. Em geral, um ato psíquico passa através de duas fases, dos estádios, na primeira fase ele é inconsciente” 5.

Eu apresento a base emocional daquela estrutura total que do próprio silêncio escondido especifica as condutas e as verbalizações de cada indivíduo em diálogo. Descrevo aqui a isotopia unitária do percurso de sentido de causa os signos e os significados.

Ao descrever os processos psicoenergéticos inconscientes, não é fácil poder documentar, em esquemas epistemológicos privados de qualquer atualidade intuitiva, a descoberta que o humano é inserido num vasto circuito processualmente interativo. A visão psicoenergética entende, sobretudo, um activans experimental aqui e agora, mesmo que não seja distinto de qualquer teoria ou gestalt metapsicológica. Ele é antes de todo formal e se denuncia como íntima subjetividade ativa com o máximo de objetividade, isto é, intuição intraduzível para quem está fora da experiência.

A intuição acaba por desaparecer sob os próprios paramentos racionais, mas é fecundada por esta. Carrega consigo um pequeno impulso intuitivo que virá à luz assim que estejam co-presentes determinadas circunstâncias práticas. Então, o activans recomeça. O seu ritmo é diferente a cada vez, surpreendente e rico para as novas relações que produz, mas também para si mesmo.

Psiquismo inconsciente e resistência são as premissas axiomáticas de toda séria pesquisa do profundo humano. No âmbito da resistência pode-se compreender logicamente a remoção; e o sintoma, ou psíquico, enquanto activans, é o processo fenomênico em desenvolvimento contínuo. Irrefreável no próprio em si dinâmico e livre de todo efeito, nem sempre se revela a serviço vital de uma individuação. A topodinâmica do psiquismo é funcional às formas globais da vida: para tal função metaboliza-se através de milhares de individuações. No caso em que uma individuação tenda a negar-se à função da vida universal, inicia a sua eliminação, isto é, o indivíduo humano experimenta a sua vida como neurose ou esquizofrenia, do psíquico ao somático. A sintomatologia clínica, mais ou menos patológica, descreve as urgências psicoenergéticas de remoções resistenciais.

O âmbito processual de qualquer desenvolvimento biopsíquico, segundo a escola ontopsicológica, configura-se como “campos semânticos”. A energia psíquica é força intencional sobre qualquer modalidade do orgânico emotivo e voluntarista; tal intencionalidade pode ser consciente ou inconsciente.

1 LEVI-STRAUSS. Anthopologie stukturale. Paris:1958.
2 GADAMER, H.D. Wahrheit und Methode. Tubingen: 1960.
3 BEARDEN, T.E., ‘Unusual energy and fantastic weapons’, 1976/1977 in Energy unlimited; BEARDEN, T.E., Solution of the fundamental problem of quantum mechanisc, Defense Documentation Center, january 3/77; KERVRAN, L. Biological transmutations, Swan House Publishing Co. Birghamon, NY 1972; KERVRAN, L. Distant intercellular interaction in a system of two tissue cultures, Psycoenergetic system, vol.1, n.3 , march 1979. p.141-142. KERVRAN, L. The many-worlds-interpretations of quantum mechanics, Princeton University press; KERVRAN, L. American journal of physics, vol.43 n.1 , january 1975; TOMPKINS, P. BIRD, C. La vita segreta delle piante. Milão: Sugar-Co, 1975 BEARDEN, T.E. Photon quenching of the paranormal time, Channel: a brief note, Defense documentation center, 10 april 1977.
4 FREUD, S. Abrégé de Psycanalyse. Paris: P.U.F. 1950.
5 FREUD, S. Metapsychology. Paris: Galimard, 1952.

O texto acima é a primeira parte da conferência de Antonio Meneghetti “Síntese científico-prospectiva dos campos semânticos” (1979), publicada integralmente na sua obra Campo Semântico. 3.ed. Recanto Maestro: Ontopsicologica Ed., 2005. pp. 161-164.